The CESEM editions label was founded in 2006 with the aim of disseminating the results of the research work of UI members in the various areas of music studies, namely historical musicology and cultural heritage, critical theory, philosophy and sociology of music, music psychology and pedagogy, artistic creation, performance practices, music technologies and music and the media. The published authors are CESEM researchers (NOVA FCSH, ESML-IPL, ESMAE-P.Porto, UÉvora). CESEM also publishes regularly in partnership with other publishers and has had an active Musicological Studies Collection with Edições Colibri since 2006. In 2019, it started a new collection with Edições Húmus. The label follows a rigorous peer-review process with assessment by the Editorial Board. Submissions of publication proposals for evaluation by the Editorial Board should follow the guidelines available here. CESEM promotes open access to its publications.
Pedro de Freitas Branco (1896-1963) foi uma das figuras mais proeminentes da música portuguesa do séc. XX. Ao longo da sua carreira, impulsionou a vida musical portuguesa através da criação de diferentes companhias de ópera, da organização dos Novos Concertos Sinfónicos de Lisboa e como maestro da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional. Desenvolveu uma carreira internacional, dirigindo regularmente diferentes orquestras europeias, sendo considerado um intérprete de referência da música orquestral de Maurice Ravel. Este livro tem como objetivo compreender as razões que levaram ao reconhecimento das interpretações do maestro português das obras do compositor francês. Propõe-se ainda apresentar o modo como se estabeleceu o diálogo estético entre Maurice Ravel e Pedro de Freitas Branco e de que forma isso se revelou fundamental nas interpretações deste último; as razões que terão levado o compositor francês a conferir prioridade às interpretações do maestro português e, ainda, como se inscreve o maestro português no pensamento e nas opções interpretativas da música de Ravel, a par de outros intérpretes da sua época, definindo, desta forma, as suas características identitárias como intérprete.
Este livro representa um contributo para o conhecimento da vida e obra de Frei José Marques e Silva, mas sobretudo sobre a identidade da organaria portuguesa no final do Antigo Regime, sendo o resultado da tese de doutoramento de João Vaz, onde este explora a temática da música para órgão em Portugal no final do século XVIII e início do século XIX e a sua relação com os instrumentos construídos na época para a prática deste repertório.
«Considerando-se embora no período entre 1860 e a implantação da República em 1910, o presente estudo não deixa contudo de incluir uma panorâmica crítica do ensino musical antes da fundação do Conservatório, assim como das primeiras fases dessa instituição […]. Por outro lado, ele não se limita unicamente ao espaço do Conservatório, mas analisa detalhadamente outras instituições e espaços privados de ensino da música. Da muito ampla recolha de dados documentais e do seu cuidado tratamento e análise resulta pela primeira vez um quadro extremamente amplo e pormenorizado do ensino musical na capital de um país desde sempre altamente centralizado. A importância da visão crítica que Joaquim Carmelo Rosa nos proporciona reside particularmente no facto de ela não se limitar a considerar as questões do ensino musical, mas de através delas nos fornecer uma imagem esclarecedora do lugar habitualmente pouco prestigiado que os músicos profissionais ocupavam no seio da sociedade lisboeta e do limitado nível de exigência e de expectativas que eles suscitavam junto dessa mesma sociedade, a qual ao mesmo tempo parece ter encarado por vezes a actividade musical amadora num patamar superior ao dos próprios profissionais.» Manuel Carlos de Brito
Por meio da literatura pianística de Jorge Peixinho, germinada no diálogo do compositor com seu tempo e seu meio, ao longo deste livro buscamos compreender o papel que sua música exerceu na construção de um intercâmbio entre Portugal e os movimentos musicais de vanguarda no Brasil, no período entre 1970 e 1994. Além de ter alcançado notório protagonismo na programação dos principais festivais brasileiros e também de outros países da América Latina, boa parte de sua produção para piano foi responsável pela mediação entre as ideias do compositor e o público daquele novo (velho) mundo.
Der Klangfischer: Zehn Stücke für Klavier musikalische Anregungen und pianistische Gedanken ist ein Lehrwerk, das sich an junge Pianist:innen und Ihre Klavierlehrer:innen richtet. Zehn kurze Stücke von Manuel Pedro Ferreira werden erstmals in Partitur der Öffentlichkeit zugänglich
«A observação e a enunciação da música e do som como práticas sociais e instrumentos de poder e representação verifica-se em todas as épocas e quadrantes. Entre as primeiras narrativas sobre os poderes do som e o estado do conhecimento neste domínio na terceira década do século XXI reconhecem-se preocupações comuns, repercutidas no tempo, e assinalam-se mudanças, particularmente no modo como se perceciona e constrói o saber. A multiplicidade de vozes associada ao pós-estruturalismo, à desconstrução, ao pós-modernismo, aos estudos pós-coloniais e culturais, herança da viragem linguística que cunha as últimas décadas do século XX, prospera agora em terreno fértil, expandindo-se pelos vários campos, e miradouros sobre a sociedade em rede. A investigação sobre música e som ganha competências interdisciplinares inauditas, remediando métodos antigos e propondo novos instrumentos intelectuais. Decorrido quase um século sobre as primeiras e substanciais publicações de Adorno, há ainda tanto por fazer. Continuamos a escrever, a rever e rescrever o presente, ou os passados no presente, porque muitas margens continuam a ser margens e outros tantos centros permanecem dominantes. Estamos agora (os académicos da área da música), em várias partes do mundo, a publicar alguns dos ensaios mais inspirados e sistemáticos sobre uma multiplicidade de circunstâncias assentes na nossa experiência da música e respetivas textualidades. Os dez capítulos do presente livro expõem aspetos de trabalhos de investigação em curso, com particular incidência em Portugal e no Brasil, nos séculos XX e XXI. Exploram o modo como a música e o som colaboram na produção ou manutenção de padrões de interação social e agência estética, criando, legitimando ou disciplinando comportamentos. Enaltecem-se as descontinuidades, desrespeitam-se aspetos de linearidade histórica e explicações dialéticas. Discute-se a geração de grupos e redes de convicções, interesses e expectativas, perspetivas sobre o mundo observados entre dimensões históricas, materiais e simbólicas, estruturantes da ordem social. Produzem-se questões e abrem-se, assim o esperamos, janelas de pensamento.» Paula Gomes-Ribeiro
«A necessidade de se observar a realidade social através da lente do género expandiu-se com a tomada de consciência da invisibilidade em que era mantido um amplo domínio de conhecimentos no exercício académico. A multiplicação de olhares que partem do género tem vindo a intensificar-se, particularmente desde a década de 1990, contribuindo, entre outros fatores, para evidenciar comportamentos e narrativas há muito naturalizadas, bem como aspetos de distribuição desigual de poder. […] Desenvolve-se, ao longo da leitura dos capítulos, um questionamento que interrelaciona esquemas de género e sexualidade numa complexa teia de relações associadas à prática musical como conjuntura social, atuação humana, entendimento e produção de realidade e mundo.» Paula Gomes-Ribeiro
A Linha Temática de Iconografia Musical do CESEM-NOVA FCSH tem uma produção científica – individual e colectiva – já com mais de vinte anos. É desenvolvida por um grupo de investigadores com áreas de trabalho que compreendem um vasto período cronológico e temático. A colecção, iniciada em 2015 com Iconografia Musical: Autores de Países Ibero-Americanos e das Caraíbas (coordenação e edição de Luzia Aurora Rocha), publicou algumas dezenas de estudos inéditos e tem chegado a um vasto público nacional e internacional, contribuindo para a divulgação e promoção da investigação que se desenvolve no seio do CESEM. Em 2016 publicou-se Iconografia Musical: A Música na dimensão do Sagrado, com edição e coordenação de Luís Correia de Sousa e em 2017 Iconografia Musical: Organologia, Construtores e Prática Musical em Diálogo, com edição e coordenação Luzia Aurora Rocha e Sónia Duarte. A opção pela organização da colecção em números temáticos tem permitido alargar o âmbito dos estudos e acolher a participação de investigadores de distintas áreas científicas. Conta já com quatro volumes publicados na forma de livro electrónico (e-book).
A Linha Temática de Iconografia Musical do CESEM-NOVA FCSH tem uma produção científica – individual e colectiva – já com mais de vinte anos. É desenvolvida por um grupo de investigadores com áreas de trabalho que compreendem um vasto período cronológico e temático. A colecção, iniciada em 2015 com Iconografia Musical: Autores de Países Ibero-Americanos e das Caraíbas (coordenação e edição de Luzia Aurora Rocha), publicou algumas dezenas de estudos inéditos e tem chegado a um vasto público nacional e internacional, contribuindo para a divulgação e promoção da investigação que se desenvolve no seio do CESEM. Em 2016 publicou-se Iconografia Musical: A Música na dimensão do Sagrado, com edição e coordenação de Luís Correia de Sousa e em 2017 Iconografia Musical: Organologia, Construtores e Prática Musical em Diálogo, com edição e coordenação Luzia Aurora Rocha e Sónia Duarte. A opção pela organização da colecção em números temáticos tem permitido alargar o âmbito dos estudos e acolher a participação de investigadores de distintas áreas científicas. Conta já com quatro volumes publicados na forma de livro electrónico (e-book).
The Pescador de sons: desafios para piano em dez peças inéditas é um álbum didáctico destinado a jovens pianistas e seus professores de piano. Dez peças curtas, da autoria de Manuel Pedro Ferreira, são dadas a conhecer ao público, em partitura, pela primeira vez. A partir de cada uma delas, Luísa Tender aborda questões pianísticas muito específicas. Destas são exemplo o desafio da escolha das dedilhações, o planeamento dos movimentos tendo em vista a sua consequência musical, estratégias para melhorar a audição de vozes em contraponto, a consciência harmónica, a memorização, entre outras.
«[A autora] Indicia‐nos […] mesmo que por vezes de forma apenas implícita, o lugar dos músicos e da música nas sociedades oitocentistas, o seu lugar nas prioridades e hierarquias sociais e económicas, a sua articulação nem sempre evidente com os outros ramos da criação artística e cultural. E consegue fazer tudo isto com uma narrativa cativante, uma linha de raciocínio clara e articulada, uma fundamentação rigorosa mas sem impedir a legibilidade da escrita, e, além do mais, com um suporte iconográfico de uma riqueza e uma diversidade impressionantes, permitindo ao leitor o contacto visual directo, não só com os retratos dos personagens e as imagens dos lugares do enredo, mas igualmente com uma documentação gráfica preciosa. Luísa Cymbron deixa‐nos, pois, neste seu livro um duplo testemunho de maturidade: a da sua própria, enquanto investigadora e ensaísta de impressionante solidez, com um domínio raro do seu campo de estudos, mas também a do paradigma de uma Musicologia portuguesa – ou mesmo luso‐brasileira – rigorosa, problematizante, inteligente, informada, profissional e actualizada, pronta a ocupar o seu lugar de pleno direito no contexto musicológico internacional». Rui Vieira Nery
Os dezasseis artigos reunidos neste livro apresentam um âmbito diversificado de perspetivas e incidências sobre a reconfiguração de práticas e modelos de comunicação musical, no processo de expansão da Internet e de novas formas de sociabilidade em rede.
«Iconografia Musical: Organologia, Construtores e Prática Musical em Diálogo» resulta do trabalho do Núcleo de Iconografia Musical (NIM). Este é constituído por uma equipa de seis investigadores – Luzia Rocha (coordenadora), Luís Correia de Sousa, Nicola Bizzo, Sónia Duarte, Ana Dias e Maria Fernandes – que, desde o ano 2000, se têm centrado na pesquisa e estudo de fontes iconográfico-musicais portuguesas e internacionais.
Manuel Pedro Ferreira | Direcção
Rui Araújo | Musicografia e Assistência editorial
Ana Gaunt | Colaboração
Mariana Lima | Colaboração
As Cantigas de Santa Maria (CSM) são um dos maiores monumentos da cultura medieval europeia. Trata-se de uma gigantesca colecção de canções devocionais em Galego-Português, louvando a Virgem Maria ou narrando milagres a ela atribuídos (419 cantigas); a poesia e a música foram compostas ou recolhidas na corte castelhano-leonesa de Alfonso X, o Sábio, centrada em Sevilha. A notação pautada de quatro centenas de peças, distribuídas por três códices escritos entre, aproximadamente, 1270 e 1285, oferece um enorme repositório de informação sobre a prática musical da época, num contexto bem delimitado. O objectivo desta edição foi, portanto, apresentar fielmente a notação musical das fontes medievais das Cantigas de Santa Maria (dentro das possibilidades do programa informático utilizado), procurando evidenciar, quando detectáveis, quaisquer modificações ao estado primitivo da notação. Edição diplomática da notação dos três códices medievais que contêm, musicadas, Cantigas de Santa Maria (século XIII), em três volumes (um por códice), cada um com versão portuguesa e inglesa em tomos separados; com introdução, tabelas e índices. Financiamento: PEST (UID/EAT/00693/2013). Descrição: A Notação das Cantigas de Santa Maria: Edição Diplomática / The Notation of the Cantigas de Santa Maria: Diplomatic Edition, dir. Manuel Pedro Ferreira, musicografia de Rui Araújo, colaboração de Ana Gaunt e Mariana Lima. Lisboa: CESEM, 2017 [e-book], 3 volumes em 6 tomos: Vol. I: Códice de Toledo (pt) ISBN 978-989-99975-0-9 / Toledo MS. (en) ISBN 978-989-99975-1-6 (198 pp.) Vol. II: Códice Rico (pt) ISBN 978-989-99975-4-7 / Códice Rico (en) ISBN 978-989-99975-5-4 (306 pp.). Vol. III: Códice dos Músicos (pt) ISBN 978-989-99975-2-3 / Códice de los Músicos (en) ISBN 978-989-99975-3-0 (498 pp.) Correções à edição: Fevereiro de 2018 – Na CSM 334 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído. Julho de 2018 – Na CSM 223 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à segunda, pelo que o ficheiro foi substituído. Janeiro de 2019 – Na CSM 1 do Códice de Toledo houve uma redistribuição de duas figuras, para se aproximarem ao que se encontra no original. Janeiro de 2019 – Na CSM 1 do Códice dos Músicos foi alterada a cabeça de uma figura, para ficar exatamente igual ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 198 do Códice dos Músicos foi alterada a cabeça de uma figura, para ficar exatamente igual ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 198 do Códice dos Músicos houve uma redistribuição de duas figuras, para se aproximarem ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 224 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído. Fevereiro de 2019 – Na CSM 319 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído.
Manuel Pedro Ferreira | Direcção
Rui Araújo | Musicografia e Assistência editorial
Ana Gaunt | Colaboração
Mariana Lima | Colaboração
As Cantigas de Santa Maria (CSM) são um dos maiores monumentos da cultura medieval europeia. Trata-se de uma gigantesca colecção de canções devocionais em Galego-Português, louvando a Virgem Maria ou narrando milagres a ela atribuídos (419 cantigas); a poesia e a música foram compostas ou recolhidas na corte castelhano-leonesa de Alfonso X, o Sábio, centrada em Sevilha. A notação pautada de quatro centenas de peças, distribuídas por três códices escritos entre, aproximadamente, 1270 e 1285, oferece um enorme repositório de informação sobre a prática musical da época, num contexto bem delimitado. O objectivo desta edição foi, portanto, apresentar fielmente a notação musical das fontes medievais das Cantigas de Santa Maria (dentro das possibilidades do programa informático utilizado), procurando evidenciar, quando detectáveis, quaisquer modificações ao estado primitivo da notação. Edição diplomática da notação dos três códices medievais que contêm, musicadas, Cantigas de Santa Maria (século XIII), em três volumes (um por códice), cada um com versão portuguesa e inglesa em tomos separados; com introdução, tabelas e índices. Financiamento: PEST (UID/EAT/00693/2013). Descrição: A Notação das Cantigas de Santa Maria: Edição Diplomática / The Notation of the Cantigas de Santa Maria: Diplomatic Edition, dir. Manuel Pedro Ferreira, musicografia de Rui Araújo, colaboração de Ana Gaunt e Mariana Lima. Lisboa: CESEM, 2017 [e-book], 3 volumes em 6 tomos: Vol. I: Códice de Toledo (pt) ISBN 978-989-99975-0-9 / Toledo MS. (en) ISBN 978-989-99975-1-6 (198 pp.) Vol. II: Códice Rico (pt) ISBN 978-989-99975-4-7 / Códice Rico (en) ISBN 978-989-99975-5-4 (306 pp.). Vol. III: Códice dos Músicos (pt) ISBN 978-989-99975-2-3 / Códice de los Músicos (en) ISBN 978-989-99975-3-0 (498 pp.) Correções à edição: Fevereiro de 2018 – Na CSM 334 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído. Julho de 2018 – Na CSM 223 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à segunda, pelo que o ficheiro foi substituído. Janeiro de 2019 – Na CSM 1 do Códice de Toledo houve uma redistribuição de duas figuras, para se aproximarem ao que se encontra no original. Janeiro de 2019 – Na CSM 1 do Códice dos Músicos foi alterada a cabeça de uma figura, para ficar exatamente igual ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 198 do Códice dos Músicos foi alterada a cabeça de uma figura, para ficar exatamente igual ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 198 do Códice dos Músicos houve uma redistribuição de duas figuras, para se aproximarem ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 224 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído. Fevereiro de 2019 – Na CSM 319 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído.
Manuel Pedro Ferreira | Direcção
Rui Araújo | Musicografia e Assistência editorial
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As Cantigas de Santa Maria (CSM) são um dos maiores monumentos da cultura medieval europeia. Trata-se de uma gigantesca colecção de canções devocionais em Galego-Português, louvando a Virgem Maria ou narrando milagres a ela atribuídos (419 cantigas); a poesia e a música foram compostas ou recolhidas na corte castelhano-leonesa de Alfonso X, o Sábio, centrada em Sevilha. A notação pautada de quatro centenas de peças, distribuídas por três códices escritos entre, aproximadamente, 1270 e 1285, oferece um enorme repositório de informação sobre a prática musical da época, num contexto bem delimitado. O objectivo desta edição foi, portanto, apresentar fielmente a notação musical das fontes medievais das Cantigas de Santa Maria (dentro das possibilidades do programa informático utilizado), procurando evidenciar, quando detectáveis, quaisquer modificações ao estado primitivo da notação. Edição diplomática da notação dos três códices medievais que contêm, musicadas, Cantigas de Santa Maria (século XIII), em três volumes (um por códice), cada um com versão portuguesa e inglesa em tomos separados; com introdução, tabelas e índices. Financiamento: PEST (UID/EAT/00693/2013). Descrição: A Notação das Cantigas de Santa Maria: Edição Diplomática / The Notation of the Cantigas de Santa Maria: Diplomatic Edition, dir. Manuel Pedro Ferreira, musicografia de Rui Araújo, colaboração de Ana Gaunt e Mariana Lima. Lisboa: CESEM, 2017 [e-book], 3 volumes em 6 tomos: Vol. I: Códice de Toledo (pt) ISBN 978-989-99975-0-9 / Toledo MS. (en) ISBN 978-989-99975-1-6 (198 pp.) Vol. II: Códice Rico (pt) ISBN 978-989-99975-4-7 / Códice Rico (en) ISBN 978-989-99975-5-4 (306 pp.). Vol. III: Códice dos Músicos (pt) ISBN 978-989-99975-2-3 / Códice de los Músicos (en) ISBN 978-989-99975-3-0 (498 pp.) Correções à edição: Fevereiro de 2018 – Na CSM 334 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído. Julho de 2018 – Na CSM 223 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à segunda, pelo que o ficheiro foi substituído. Janeiro de 2019 – Na CSM 1 do Códice de Toledo houve uma redistribuição de duas figuras, para se aproximarem ao que se encontra no original. Janeiro de 2019 – Na CSM 1 do Códice dos Músicos foi alterada a cabeça de uma figura, para ficar exatamente igual ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 198 do Códice dos Músicos foi alterada a cabeça de uma figura, para ficar exatamente igual ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 198 do Códice dos Músicos houve uma redistribuição de duas figuras, para se aproximarem ao que se encontra no original. Fevereiro de 2019 – Na CSM 224 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído. Fevereiro de 2019 – Na CSM 319 do Códice dos Músicos foi encontrada uma transposição indevida à terceira, pelo que o ficheiro foi substituído.
«Peças de um mosaico, pois esta coletânea nunca pretendeu ser mais do que uma série de ensaios independentes, embora, em diversos casos, relacionados entre si – peças que, no seu conjunto, contribuem para um quadro vasto e complexo, que é a história da música em Portugal, incluindo, como elemento indispensável, aspetos da história da música em território ultramarino, designadamente, no Brasil […] abrangendo um período de cerca de 300 anos, desde o século XVII até às primeiras décadas do século XX.» David Cranmer
«Esta obra vem revelar o passado musical do Convento de Tomar, casa principal daquela que foi considerada a mais poderosa e emblemática ordem religiosa portuguesa: a Ordem de Cristo. Retomando a única e sumária investigação realizada há cem anos por Sousa Viterbo sobre os músicos deste convento, concluiu-se que este foi um dos mais importantes centros de actividade musical em Portugal, equiparável a Coimbra, com uma Capela reconhecida pela excelência do seu nível musical em finais do século XVI, e uma prática instrumental e vocal majestosa durante o século XVII, de produção musical própria assinada por Frei Fernando de Almeida (1604-1660), o mais destacado compositor da Ordem e exemplo marcante da música maneirista portuguesa. Neste livro se oferece a mais completa biografia deste compositor, que infelizmente teve um fim trágico e injusto às mãos da Inquisição. A prática litúrgico-musical na Ordem do Templo foi assunto inesperado e original de estudo que se tornou um ponto de partida para a compreensão do cerimonial e prática litúrgico-musical da Ordem de Cristo, considerada a sua sucessora em Portugal. Finalmente, a descoberta de um espólio musical tomarense, inteiramente inédito com ligação à igreja de S. João Baptista, em Tomar, poderá constituir a primeira peça do puzzle, ainda por reconstituir, do repertório musical das igrejas da Ordem de Cristo.» Cristina Cota
Este volume pretende assinalar o lugar de destaque que Manuel Carlos de Brito tem ocupado no campo da História da Música, não só em Portugal, a cujo passado musical dedicou a maioria dos seus estudos, como além-fronteiras. Enquanto musicólogo, Manuel Carlos de Brito adoptou como princípios orientadores a actualização científica, a perspectiva cosmopolita da investigação e a defesa de um «campo unificado da musicologia onde os seus diversos ramos possam colaborar, orientados por uma perspectiva por assim dizer antropológica dos fenómenos musicais». O seu principal campo de investigação abrange a música dos séculos XVII a XIX, particularmente o estudo da ópera em Portugal no século XVIII. À distância, esta abordagem à vida musical em Portugal que põe de parte os preconceitos dogmáticos e procura perspectivas inovadoras solidamente escoradas na documentação constitui um dos maiores contributos de Manuel Carlos de Brito para a disciplina.
The Tabula gratulatoria deste volume testemunha o seu largo horizonte e o relacionamento privilegiado com o mundo latino europeu, reflectido também nas contribuições reunidas neste livro e assinadas por musicólogos de três gerações sucessivas, oriundos de Portugal, Brasil, Espanha, Inglaterra, França e Itália.
«A pesquisa minuciosa, o tratamento rigoroso, e a análise arguta e historicamente informada de todos os aspectos sociais, culturais e económicos dessa actividade musical – com particular relevo para o intenso surto de associativismo – fornecem-nos uma perspectiva e um entendimento totalmente novos da nossa vida musical desse período, em que as motivações diferentes e em certos casos contraditórias dos diversos intervenientes (traduzindo-se por vezes em rivalidades intensas) nos ajudam a perceber pela primeira vez muitas questões para as quais a musicologia portuguesa não tinha até hoje encontrado uma resposta adequada. […] Este estudo de Francesco Esposito constitui assim um importante contributo para a compreensão do nosso século XIX musical, vindo ocupar sem sombra de dúvida um lugar de destaque na historiografia musical sobre esse período.» Manuel Carlos de Brito
Entre 1820 e 1930, o piano foi uma presença constante na vida quotidiana madeirense. A partir do primeiro quartel do século XIX, começou por definir-se no Funchal uma cultura musical em redor do piano, constituída por: saraus privados e concertos públicos, em que a prática musical com piano era o motivo de entretenimento principal; um ensino musical exigente, no qual a mulher ganhou gradualmente protagonismo; um repertório centrado na música para canto e piano, em danças e em peças de cariz brilhante ou virtuoso; e um comércio de importação de pianos, primeiramente de Inglaterra e, numa fase posterior, principalmente da Alemanha. A partir da década de 1930, a prática amadora ao piano entra em declínio, devido à forte concorrência de novas tecnologias tais como os gramofones, a telefonia e o cinema.
«É com particular agrado que o Núcleo de Iconografia Musical (NIM) do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical apresenta uma segunda publicação especialmente dedicada a estudos de Iconografia Musical. Depois da edição anterior, que reuniu um interessante conjunto de textos de autores de países ibero-americanos e Caraíbas, de temáticas diversas, lançamos o desafio no sentido de se prepararem novos estudos tendo como tema central a Música e as Religiões, reconhecendo a importância que a arte dos sons assume no seio das distintas religiões, sob diversas formas e expressões.» Luís Correia de Sousa
«Cantate Dominum, Música e Espiritualidade no Azulejo Barroco de Luzia Rocha surpreende-nos pela revelação duma arte que sempre soubemos que existia mas que se transfigura em cascatas de azul, dispostas agora numa síntese luminosa e pedagógica. Damos connosco a entrar em igrejas, conventos ou solares e admirar os magistrais painéis de azulejaria que o nosso génio artesão soube maturar ao longo de séculos. Entre a multiplicidade dos motivos, já tínhamos dado conta das figuras épicas empunhando trombetas ou cândidos serafins entoando cânticos de louvor. O que certamente não adivinharíamos era que este tema ocupasse um lugar não significativo na arte azulejar.
A obra que agora sai a lume tem o mérito de compendiar uma temática que resulta agora mais relevada e evidente. As sínteses têm o mérito de reunir o disperso e de nos fazer ver melhor a unidade das notas soltas. Os painéis de azulejos com temas musicais, nos mais diversos lugares, são uma verdadeira sinfonia em que o próprio visitante vai ajudando na composição da mesma com o timbre do olhar, a intensidade das suas emoções, a elevação e a profundidade dos sentimentos e com a sua demorada contemplação.» Mário Tavares de Oliveira
«[…] o Joaquim era uma personalidade solar que iluminava as vidas de quem estava à sua volta, mas as memórias acabam também por morrer com quem as transporta, porque o tempo passa e não perdoa. Se nada se fizesse para o lembrar e para perpetuar o registo da sua obra e do seu impacto decisivo na Música portuguesa – e mesmo ibérica – o seu nome acabaria por se desvanecer num limbo de vagas referências ocasionais.
[…] dos objetos inertes, das fontes documentais dispersas e dos testemunhos pessoais possíveis, o autor conseguiu resgatar do esquecimento e fixar de forma exemplar o perfil de um músico de excepção e reconstruir o seu processo de aprendizagem, os repertórios que cultivou, as redes de cumplicidades artísticas que foi construindo dentro e fora de Portugal, os múltiplos projectos que impulsionou, os discípulos que formou.» (Rui Vieira Nery)
Elena Le Barbier Ramos e Mauricio Molina abordam a iconografia musical medieval. Elena Ramos investiga as fontes literárias – designadamente bíblicas, entre outras – em que se baseiam os artistas medievais na sua iconografia musical, e estuda por seu turno esses testemunhos como fontes para uma melhor compreensão do papel da música na sociedade medieval. Molina analisa a complexa questão da imagem da mulher executante na Idade Média, a sua contraditória figura, suscitando respeito e consideração pelas suas destrezas e, simultaneamente, estigmatização e condenação como fonte de “pecado”, por desafiar os estereótipos da ordem social – contradição essa em certa medida resolvida pela tentativa de construção duma imagem “mais limpa” que assegurasse a sua mobilidade social.Também Isabel Porto Nogueira se ocupa extensivamente das questões de género, tomando por objeto fotografias de mulheres intérpretes ou intérpretes/compositoras em programas da década de 1940 e 1950, e descodificando-as na perspetiva da construção da identidade face a um mundo intelectual e artístico então ainda predominantemente masculino. O mesmo tópico está ainda presente no ensaio de Luzia Rocha, incidindo sobre os azulejos de figura avulsa com motivos musicais, presentes em coleções portuguesas, e onde também são abordados outros detalhes musicais e a dimensão organológica. Luís Manuel Correia de Sousa estuda as gravuras de uma obra de referência do Renascimento – Hypnerotomachie Poliphili, de Fransciscus Columna – enquadrando-a na matriz cultural e estético-ideológica da época como revisitação da cultura da Antiguidade. María Carolina Rodríguez Tabata investiga a noção e aplicação da iconografia como método de investigação em textos historiográficos venezuelanos que recorrem à relação entre artes plásticas e música ao abordar a atividade musical na época colonial (séculos XVI-XVIII) – época em que se cria uma cultura de mestiçagem em resultado da confluência “do espanhol, do aborígene e do africano”. Alfredo Piquer Garzón e Ruth Piquer Sanclemente trabalham sobre a obra litográfica de Henri Fantin-Latour, mostrando a sua importância, quer no contexto das relações entre artistas plásticos e músicos na segunda metade do século XIX, quer na renovação dos ideais estéticos.
Finalmente, Verónica Elvira Fernández Díaz aborda a iconografia musical como testemunho sociocultural de uma região específica de Cuba, no quadro de um projeto de salvaguarda do património musical regional que pressupõe o contributo de várias disciplinas musicológicas. Trata-se, pois, de um conjunto de ensaios muito representativo de diversas tendências da iconografia musical, onde se entrecruzam a história, a sociologia, a estética, e donde também não está ausente uma teoria crítica da sociedade.
«Uma das preocupações do trabalho que temos vindo a realizar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro e na Companhia de Música Teatral tem sido contribuir para que a música chegue cada vez mais e cada vez melhor às nossas crianças.
«Este livro é uma das peças centrais desse trabalho alicerçado em reflexões e princípios sólidos, que se propõe inspirar outras pessoas. Ao criarmos a Grande Bichofonia abrimos um caminho que marcou o nosso percurso e já inspirou outros porjectos. Estamos agora em condições de partilhar a nossa experiência, articulando-a com o trabalho de colegas em domínios próximos.
Esta publicação faz o relato de um projecto particular, mas também pretende promover uma reflexão mais alargada sobre questões relevantes e o acesso a materiais e estratégias “ressonantes” da nossa experiência. Parte dela vem da formação de professores, da qual o projecto Grande Bichofonia nasceu. Algumas destas reflexões, incluídas no capítulo “O projecto Grande Grande Bichofonia no contexto da formação de professores: da teoria à prática”, adoptam uma visão crítica nesse âmbito.» Helena Rodrigues e Paulo Maria Rodrigues
Este livro é sobre a cultura da escuta na literatura portuguesa. Objeto de análise são não só as relações de intertextualidade entre música e literatura, mas também a relavância do universo sonoro em sentido lato na escrita literária. A cultura da escuta implica ainda o que está para além do som: os contextos de interação para os quais ele nos remete, as interpelações que nos faz, a atenção que nos suscita, ou até a aparente indiferença com que o percecionamos. Tornar audível ou inaudível não é socialmente menos relevante do que tornar visível ou invisível. Pelo contrário: nas relações intersubjetivas, bem como entre ser humano e natureza, ou do sujeito consigo próprio, a escuta teve sempre um papel determinante.
“[Olhares sobre a música em Portugal no século XIX] é um volume repleto de informação inédita e profundamente estimulante para todos os que se dedicam aos estudos artísticos e culturais em Portugal, cuja leitura vem demonstrar a riqueza e complexidade de uma época à qual começamos enfim a prestar justiça. Com este livro, ficamos a dever à autora a confirmação inequívoca de que a história da música em Portugal no século XIX merecia, de facto, ser contada.” (Paulo Ferreira de Castro)
O presente volume reúne uma seleção das comunicações apresentadas no colóquio internacional “Jorge Peixinho – Mémoires…Miroirs”, organizado pelo Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical [CESEM] da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com a Fundação Caixa Geral de Depósitos/Culturgest, nos dias 8 e 9 de outubro de 2010. Durante dois dias cerca de trinta investigadores, músicos e musicólogos, discutiram a música de Jorge Peixinho, abrindo novos horizontes à sua compreensão, documentando inúmeros aspectos específicos, e potenciando renovadas abordagens analíticas e interpretativas às suas partituras. Algumas das comunicações foram seguidas de períodos de discussão extremamente interessantes, que são aqui transcritos com o mínimo de intervenção editorial possível, procurando reter a vivacidade coloquial própria de tal contexto.
Concebido como ponto de partida para novas abordagens, novas reflexões e novos estudos sobre a obra de Jorge Peixinho, este livro destina-se a todos aqueles que se interessam pela música e pelas artes portuguesas da segunda metade do século XX.
O presente volume reúne 26 capítulos sobre a vida e obra de Marcos António Portugal (1762 – 1830), o compositor luso-brasileiro que, em vida, obteve uma ainda não igualada ou ultrapassada projeção internacional. Num ato de estreita colaboração sobretudo entre especialistas portugueses e brasileiros, pretende expor, desmistificar e reavaliar esta destacada figura, tantas vezes alvo de polémica.
“O caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro era um frequentador assíduo do Teatro de S. Carlos. No seu jornal ‘O Antonio Maria’ fez várias caricaturas sobre as récitas deste teatro expondo, deste modo, a ópera na sua vertente mais cómica. Estas caricaturas fornecem-nos informações preciosas sobre cantores, empresários, público e sobre a vida cultural lisboeta de finais do século XIX. A abordagem da autora incide em aspectos iconográfico-musicais na sua mais íntima relação com a Musicologia, História, Sociologia e História da Arte.”
“O caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro era um frequentador assíduo do Teatro de S. Carlos. No seu jornal ‘O Antonio Maria’ fez várias caricaturas sobre as récitas deste teatro expondo, deste modo, a ópera na sua vertente mais cómica. Estas caricaturas fornecem-nos informações preciosas sobre cantores, empresários, público e sobre a vida cultural lisboeta de finais do século XIX. A abordagem da autora incide em aspectos iconográfico-musicais na sua mais íntima relação com a Musicologia, História, Sociologia e História da Arte.”
“Este livro apresenta um conjunto de ensaios inéditos sobre música religiosa, a uma voz (monodia sacra) durante a Idade Média, e sobre a notação usada para a transmitir entre os séculos XII e XVI. Escritos por diversos especialistas, referem-se ao canto budista (no Japão), ao canto cristão ortodoxo de raiz bizantina (da Grécia à Rússia) e ao canto cristão da Igreja católica do ocidente europeu (Liturgias hispânica, galicana, velho-romana e romano-franca). Estes conteúdos derivam de algumas das comunicações apresentadas no colóquio “Medieval Sacred Monody / Monodia sacra medieval” (Lisboa/Évora, 2-5 de Junho de 2005), que procurou chamar a atenção, em Portugal, para o fascínio académico pelos mais antigos repertórios musicais.”
«Investigação em Psicologia da Música – Estudos Críticos visa ajudar os investigadores que se interessam pelo fascinante campo de estudo da Psicologia da Música a apurar o seu sentido crítico. Os autores acreditam que o exercício do sentido crítico é a essência da criatividade. Vale a pena fazer novas propostas quando não nos revemos total e completamente nas que já existem. Mas ninguém cria a partir do nada. De facto, a criatividade é, muitas vezes, desarrumação, reorganização, focalização diferenciada noutras peças de um puzzle de informação previamente recebida. Esta é a base, acredita-se, para que possam surgir novos estudos e projectos de investigação. Investigação em Psicologia da Música – Estudos Críticos visa, em última análise, ajudar aqueles investigadores a encontrar novos problemas de investigação. Originais, encantadores, capazes de nos fazer trabalhar, com um sentido, até ao fim dos nossos dias.»
«Este texto contas da Tese Constança Capdeville et le théâtre musical au Portugal. La voix contemporaine (Universidade de Paris 8, Janeiro 1997). Através da análise das obras de TM de C. Capdeville, pretendeu-se estabelecer os paralelos razoáveis entre aquelas e as formas de criação de música encenada do século XX, nomeadamente, o teatro/dança, a performance, a multimedia, a poesia sonora, a ópera contemporânea, formas para as quais as pesquisas de ordem composicional e estética no domínio do teatro musical muito contribuíram. Assim, as obras da compositora foram integradas nos processos recorrentes do género: relações entre texto e música, uso sistemático da citação e da alusão, tratamentos de voz não convencionais, recurso ao absurdo, ao contra-senso, à ironia, ao paradoxo e à contradição; sintomas da influência de ideias filosóficas, de poesia, das artes visuais e dos movimentos estéticos dos grandes mestres antecessores: Camus, Artaud, Steiner, Schwitters, Müller, Kafka, Joyce, Dali, Bausch, Cunningham; e dos compositores Mozart, Debussy, Brahms, Varèse, Satie, Cage, Kagel, Aperghis. Para além de realçar como Constança Capdeville se inseriu as tendências da criação artística do seu tempo, faz-se notar a sua aposta em novas formas para novos tipo de comunicação com o público, numa estética ligada à então “música contemporânea”, que são paradigmáticos das criações espectaculares de teatro/música de hoje.»
«O compositor Jorge Peixinho cultivou sempre uma reflexão pessoal sobre a sua própria obra e a sua trajetória musical. Músico empenhado, permaneceu atento às dinâmicas culturais e aos debates estéticos que caracterizaram a segunda metade do séc. XX. Neste livro, pode descobrir-se uma proposta de leitura contextualizada do lugar de Jorge Peixinho nesses debates e dinâmicas a partir dos seus escritos e entrevistas. Na primeira parte, persegue-se o rasto do seu discurso crítico-pedagógico sobre a vida musical portuguesa, percurso que nos permite descobrir a consciência que Jorge Peixinho tem do seu papel social e do seu lugar histórico enquanto compositor, pedagogo, crítico musical e intérprete. Na segunda parte, ensaia-se uma perspectiva sobre a leitura que Peixinho faz da música ocidental e da sua própria música, integrando o seu pensamento e a sua obra no terreno dos debates que habitam as vanguardas e as estéticas pós-modernas.»