Medievalista 37 - Dossier: "What survives after death? Parish Communities and Death Commemoration Strategies in the Medieval City – In memoriam Clive Burgess"

Autor: Fontes et al., M. Dias, S. Moniz et al., Alarcão, Viúla de Faria et al., Bugalhão, Lopes, Cipriano, Tollendal Prudente, Grigoryan, Teixeira, Porrinas González, de Souza Silva, Fernandes, Fontão, Rêpas et al., Gonzales, Massoni, Sumowski, Barbosa Morujão, Chopin, Miranda García, da Cruz Coelho, Álvaro de Campos et al., Ferreira Fernandes et al., Oliveira (director)

Revista: Medievalista

Edição: N.º 37 (2025): Medievalista 37 - Dossier: "What survives after death? Parish Communities and Death Commemoration Strategies in the Medieval City – In memoriam Clive Burgess"

Publicado a: 01-01-2025

Faz parte da condição humana a consciência do paradoxo fundamental da vida, marcada pela fragilidade e pela finitude, mas também por uma força imparável de renovação e de superação, de desejo de ultrapassar a voragem do tempo e evitar o esquecimento. Recordar, fazer memória, celebrar e ter memória em conjunto, foram, desde sempre, formas não apenas de resgatar as vozes e os feitos do passado, mas também de os fazer actuais, tornando-os de novo significativos, eficazes. Por isso os documentos fizeram-se monumentos, determinados sítios tornaram-se lugares de memória, as datas, os sítios e os eventos foram rememorados por gestos e ritos socialmente significativos, capazes de os tornarem actuais, em toda a sua força simbólica. O modo como se recorda, e, sobretudo, como as sociedades recordam, combina a capacidade de guardar e transmitir a memória, de a evocar e comemorar, ou de a fixar em ritos, lugares ou narrativas.