Os estudos reunidos neste volume incidem em duas questões principais: a relação conflitual entre a missão messiânica que o jesuíta António Vieira atribuiu à monarquia portuguesa e os universalismos encarnados pela monarquia espanhola e pela igreja católica; a ligação entre Vieira e Roma, entendida à luz do processo inquisitorial a que foi sujeito e das interacções com o ambiente político, diplomático e cultura romano por ocasião das suas duas estadias, em 1650 e entre 1669 e 1675.
No seu conjunto, os trabalhos aqui reunidos mostram que, em pleno século XVII, e mesmo tratando-se de uma época em que a ideologia imperial declinava, as visões universalistas e messiânicas desfrutavam ainda de um lugar muito central na cultura política europeia. Este livro demonstra que a obra de António Vieira ocupa, nesse quadro, uma posição de grande relevo.