O Teatro das Laranjeiras foi o mais relevante dos teatros particulares em Portugal do século XIX e merece destaque pelas múltiplas razões que este volume expõe e explica. Do mesmo modo, também os Jardins das Laranjeiras se evidenciam e singularizam no panorama português. Ambos fizeram parte – assim como fora o Palácio –, de um processo de afirmação de poder ou, como diríamos hoje, instrumentos de uma construção de “capital cultural”, espoletada por um expoente da elite da sociedade oitocentista. A verdade é que mudaram física e simbolicamente uma parte da vida, da forma e da cultura da cidade de Lisboa, tornando-se, se não representativos, pelo menos simbólicos de uma época. Mais ainda, ao fazê-lo moldaram o futuro daquele lugar. É por essa razão que também este volume se estende tanto no território como no tempo, vindo até às transformações da cidade no século XX e suas consequências no presente.